sexta-feira, 12 de maio de 2017

Amostra primeira parte Os Últimos Dias de Krypton




A ficção científica começou a ter fãs nos anos 1930, e dois deles eram Jerry Siegel e Joe Shuster, o primeiro um escritor, o outro um artista. De sua paixão singular surgiu a criação suprema da ficção científica, Superman, aquele estranho visitante de outro planeta que veio para a Terra com poderes e habilidades que iam muito além... Não há razão para prosseguir; vocês conhecem o resto. Todos conhecem o resto.
Superman nasceu de um amor pela ficção científica, por isso não deveria ser surpresa que a história de Krypton, o condenado planeta natal do Homem de Aço, fosse confiada a Kevin J. Anderson, um dos melhores escritores do gênero em atividade nos dias de hoje.
Kevin recebeu uma tarefa tão assustadora quanto qualquer um dos lendários feitos do Superman. Ele tinha que criar a história de um mundo que, ao longo dos últimos 68 anos, gerou inúmeras tramas conflitantes. Será que Krypton foi destruído por causa de um terremoto? Ou um cometa se chocou contra o planeta? Ou talvez o sol tenha entrado em supernova e o destruído ao se atiçar? Como eram as pessoas de Krypton? Será que eram benevolentes, comodistas, despidos de emoções ou amorosos? E quanto a Brainiac... e Argo City... e quanto a... e quanto a...?
São perguntas que já foram feitas e respondidas por milhões de fãs, muitas e muitas vezes.
Mas é chegada a hora de uma história que unifique todas essas tramas, e, no entanto, forje o próprio caminho. Todos sabemos o destino de Krypton, mas Kevin nos traz uma história nova e arrebatadora, diferente de todas que já vimos antes. Ela é ao mesmo tempo familiar e surpreendente.

Recriar uma história rica, real e complexa, diante da intrincada falta de continuidade, é uma incumbência que eu jamais desejaria assumir. Mas Kevin o fez, foi bem-sucedido, e agora acaba de nos presentear com a história de um mundo que a maioria de nós cresceu conhecendo e zelando. E, de algum modo, com o mesmo lampejo de inspiração que Siegel e Shuster tiveram quando criaram o Superman há tantos anos, ele juntou tudo isso em um livro de ritmo extremamente dinâmico, que tem algo para qualquer fã do Superman, não importa que fase do personagem ele prefira, com que Krypton cresceu e que Superman ele idolatre.
Marv Wolfman, autor de Crise nas Infinitas Terras,
roteirista e criador de Os Novos Titãs e Blade, o Caçador de Vampiros

ELENCO DE PERSONAGENS

DRAMATIS PERSONAE
JOR-EL – O cientista mais reverenciado de Krypton
ZOR-EL – Irmão de Jor-El, cientista talentoso e líder de Argo City
ALURA – Esposa de Zor-El, especialista em botânica
YAR-EL – Pai de Jor-El e Zor-El, um gênio que agora sofre da Doença do Esquecimento
CHARYS – Mãe de Jor-El e Zor-El, pesquisadora da área de psicologia
FRO-DA – Chefe de cozinha na propriedade de Jor-El
LOR-VAN – Um artista e muralista muito respeitado
ORA – Esposa de Lor-Van
LARA – Filha de Lor-Van, também uma artista com muitos recursos, além de historiadora e aspirante à escritora
KI-VAN – O filho mais novo de Lor-Van
DRU-ZOD – Chefe da Comissão para Aceitação da Tecnologia em Kandor
COR-ZOD – Pai de Dru-Zod, ex-chefe do Conselho Kryptoniano e político lendário
NAM-EK – Pupilo de Dru-Zod, um mudo robusto
BEL-EK – Assassino e pai de Nam-Ek, morto pela Guarda Safira de Krypton
AETHYR-KA – Uma mulher independente banida de sua família nobre, ex-colega de classe de Lara
BUR-AL – Assistente de quarto escalão da Comissão para Aceitação da Tecnologia
VOR-ON – Jovem membro de uma família nobre menor
HOPK-INS – Funcionário subalterno da Comissão para Aceitação da Tecnologia
GUR-VA – Um criminoso insano conhecido como o Açougueiro de Kandor
SHOR-EM – O líder de Borga City
DONODON – Visitante alienígena que chega a Krypton
KIRANA-TU – Médica severa e sem graça
O CONSELHO KRYPTONIANO
JUL-US (Chefe do Conselho)
MAURO-JI
CERA-SI
POL-EV
KOR-TE
SILBER-ZA
AL-AN
BARY-ON
SOR-AY
RUL-AR
JUN-DO
ANTIGAS FIGURAS HISTÓRICAS
JAX-UR – Antigo déspota, geralmente considerado o tirano mais terrível de Krypton
LOTH-UR – Pai cruel de Jax-Ur
SOR-EL – Ancestral de Jor-El, um dos líderes dos Sete Exércitos
KOL-AR – Um dos líderes dos Sete Exércitos
POL-US – Um dos líderes dos Sete Exércitos
NOK – Antigo comandante
KAL-IK – Conselheiro de Nok, que sacrificou a vida para falar a verdade
HUR-OM – Lendário e malfadado amante decantado em uma ópera de Kandor
FRA-JO – Lendário e malfadado amante decantado em uma ópera de Kandor
DISSIDENTES
GIL-EX – Líder de Orvai no distrito do lago
TYR-US – Líder da cidade de metal de Corril nas montanhas
GAL-ETH – Vice-prefeito de Orvai
OR-OM – Industrial em uma cidade mineradora
KORTH-OR – Refugiado de Borga City
ANEL DE FORÇA DE ZOD
KOLL-EM – Irmão mais novo de Shor-Em, líder do Anel de Força
NO-TON – Nobre e cientista
MON-RA
RAN-AR
DA-ES
ZHON-ZA
FRER-SI
CREN-TE
OEL-AY
POEL-OR
BAL-UN
WRI-VO
MIR-XA
NAER-ZED
YRI-RI
TRES-OK

CAPÍTULO 1

O sol vermelho de Krypton se assomava no céu, um gigante inquieto. Em suas camadas gasosas, células condutoras de calor do tamanho de um planeta se agitavam como bolhas em um caldeirão infernal em câmera lenta. Delicadas bandeirolas coronais dançavam pelo golfo do espaço, interrompendo as comunicações planetárias.
Jor-El estava esperando havia muito tempo por uma tempestade cintilante como essa. Em seu laboratório isolado, ele havia monitorado suas sondas solares, ansiosamente fazendo preparativos. O momento estava próximo.
O visionário cientista tinha montado seu equipamento no prédio de pesquisa amplo e aberto em sua propriedade. Jor-El não tinha assistentes porque ninguém mais em Krypton entendia exatamente o que ele estava fazendo; na verdade, alguns outros pareciam se preocupar. As pessoas de seu planeta estavam satisfeitas. Muito satisfeitas. Por outro lado, Jor-El raramente se deixava sentir complacente ou satisfeito. Como poderia, quando ele podia imaginar facilmente tantas maneiras de melhorar o mundo? Ele era uma verdadeira anomalia na “sociedade perfeita”.
Trabalhando sozinho, calibrava feixes de raios através de centralizadores de cristal, usava ferramentas alinhadoras de laser para ajustar os ângulos de discos refletores convergentes, checava mais de uma vez seus prismas resplandecentes em busca de falhas. Pelo fato de seu trabalho ter desafiado os limites da pouco inspirada ciência kryptoniana, ele havia sido forçado a desenvolver boa parte de seu aparato básico sozinho.
Quando abriu a série de painéis feitos de uma liga de metal que ficava no teto de seu prédio de pesquisa, uma luz escarlate se espalhou pelo laboratório. Logo o fluxo solar alcançaria o nível desejado. Uma ávida curiosidade científica lhe dava mais incentivo do que sua reverência pelo gigante vermelho, que os sacerdotes haviam batizado de Rao. Ele monitorava os níveis de poder exibidos pelos medidores planos de cristal.
Durante todo o tempo, a luz do sol resplandecia visivelmente mais brilhante. As labaredas continuavam crescendo.
Embora fosse jovem, Jor-El tinha um cabelo espesso e característico, tão branco como marfim, e que lhe dava um ar suntuoso. As belas e clássicas feições em seu rosto pareciam ter sido modeladas diretamente do busto de um antigo nobre kryptoniano, tal como seu venerado ancestral Sor-El. Alguns poderiam achar que seu semblante de olhos azuis era distante e preocupado, mas, na verdade, Jor-El enxergava muitas coisas que os outros não viam.
Ele ativou seus bastões de cristal cuidadosamente dispostos, configurando uma melodia harmônica de extensões de onda. No telhado, espelhos laminados e oblíquos projetavam seus reflexos em um prisma central concentrado. Os cristais roubavam apenas um segmento preciso do espectro, depois desviavam o raio filtrado para tanques espelhados parabólicos feitos de mercúrio semitransparente. À medida que a intensidade da tempestade solar aumentava, os espelhos de mercúrio começaram a se encrespar e borbulhar.
Seguindo o plano, Jor-El rapidamente retirou um cristal de âmbar e o inseriu em sua entrada no painel. As facetas lisas da pedra já queimavam a ponta de seus dedos. O primeiro raio se estilhaçou formando uma teia de aranha luminosa que ligava o labirinto de espelhos e cristais.
Em instantes, se a experiência funcionasse, Jor-El abriria uma porta para outra dimensão, um universo paralelo – talvez até mais do que um.
A propriedade ampla e afastada, a muitos quilômetros de Kandor, era perfeita para Jor-El. Seu prédio de pesquisa era tão grande quanto um salão para banquetes. Enquanto outras famílias kryptonianas teriam usado tal espaço para bailes de máscaras, festas ou apresentações, o outrora famoso pai de Jor-El optou por erguer toda a propriedade como uma celebração da descoberta, um lugar onde toda questão pudesse ser investigada, independentemente das restrições tecnofóbicas impostas pelo Conselho Kryptoniano. Jor-El deu um bom uso a essas instalações.
E continua..........

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